quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"A importância ornitológica da laguna do Mussulo"

Kostadin Luchansky nasceu na Bulgária e vive em Luanda. Para além de outras coisas, Kostadin é um excelente fotógrafo. Habituei-me a pesquisar o seu trabalho e a "matar saudades" da terra que me viu nascer. As suas fotografias fazem-me "mergulhar" na essência da terra e das gentes, das minhas gentes. Viciei-me no seu trabalho meritório, digno, autêntico. Soube, muito recentemente, que Kodilu também é ornitólogo.
Sem mais delongas, deixo o "link" para três vídeos que dão o título a este "post". 
Vale a pena vê-los pela sequência lógica.


 



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Não me tirem os coffee-breaks

Não sei se é comum a todos nós mas, no meu local de trabalho, fazemos coffe-breaks o que, em bom português, significa pausas para o café. 
O que é interessante é que a cada dia que passa, me vejo a desejar a chegada daqueles 15 minutos, que passam a voar. É que o meu coffee-break tornou-se, com o tempo, em deliciosos momentos de saudável convivência e animada conversa, entre colegas.
São momentos de relaxe, em que se trocam ideias e sugestões, tiram-se dúvidas, acalmam-se ânimos mais susceptíveis e, mais do que isso, se partilham experiências de vida. São momentos de troca.
Se estes momentos são úteis profissionalmente? Provavelmente não, se analisados à luz de uma sociedade cada vez mais centrada no economicismo, mais do que no factor humano.
Tornámo-nos máquinas de produção em série, seja lá do que for. Esquecemos, nesta azáfama desenfreada, de que somos pessoas; Que temos sentimentos e emoções; Que somos cada vez mais iguais nas nossas diferenças e que, hoje mais do que nunca, passamos mais tempo com os colegas de trabalho do que com as nossas famílias. Afastamo-nos de nós e dos outros e nem percebemos, muito bem, porquê!
Não é, pois, de estranhar, que uns meros momentos de pausa no trabalho, se transformem em momentos de alguma cumplicidade e de partilha.
Não precisamos andar aos beijinhos e abracinhos; Não precisamos de palmadinhas nas costas; Não precisamos de estar sempre de acordo ou, sequer, de sorriso rasgado. Precisamos sim de nos olharmos nos olhos dos outros e vermos o que existe dentro de nós.
Se eu poderia passar sem os coffee-breaks? Claro que sim mas ficaria bem mais pobre.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A sério!

Não gosto de pessoas "lamecha". Mais do que me incomodam, esvaziam-me. Vivem numa constante peregrinação pelos "muros de lamentação" da vida; São mal-amados e também são incompreendidos. Ah! Não podemos esquecer que, e acima de tudo, são uns azarados.
Não raras vezes me vejo confrontada com pessoas assim. Lamentam-se e lamentam-se e... lamentam-se. Será possível que alguém se sinta tão cronicamente infeliz que não consiga descortinar a mais leve claridade na vida?
O caricato é que, invariavelmente, encontram "bodes expiatórios" para a sua insatisfação. Nunca são responsáveis por coisa alguma. 
Curioso que sejam pessoas mais ou menos escolarizadas, com emprego estável, família, casa, carro, aparentemente saudáveis e mais um sem fim de razões para serem equilibradas, contudo... 
A sério! Quantos de nós não temos tanto e agradecemos, todos os dias, o que a vida nos dá?
Haja paciência!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Por favor, limpem os cocozitos

O assunto já fez correr rios de tinta e... de letras, digo eu. Já li centenas de artigos em dezenas de jornais, revistas, blogs, comentários, reclamações e desabafos irados e incontidos sobre os "diabólicos" cocozitos dos cãezinhos de estimação.
Não é fácil falar e muito menos escrever sobre tão... "aromático" tema, acreditem. Devo deixar bem claro, que até morar na minha rua, que por ironia do meu destino termina num beco, fartava-me de rir ao escutar ou ler os desabafos frustrados, mais ou menos desesperados dos meus caros concidadãos. Hoje, já não acho tanta graça e passei a fazer parte do grupo dos que estão fartos, não dos "lulus" mas dos seus irresponsáveis companheiros humanos. A minha rua deixou de ser típica e passou a ser a latrina dos cães. Localizada numa zona histórica da cidade é, sem margem para dúvidas, a vergonha pública número um. Não há um metro de calçada onde não se encontre um... "torcido"! O "pivete" é nauseabundo e ai de quem seja incauto.
Um destes dias, "saltou-me a tampa" e sem qualquer parcimónia dei comigo a "descalçar os tamancos" da forma mais pimba de que fui capaz! Moro num rés-do-chão e, por conseguinte, tenho a janela da cozinha virada para a rua (ou devo dizer beco?). Fazemos todas as refeições na cozinha e é, exactamente, à hora das refeições que certa "madame" resolve levar o canídeo de estimação a ... aliviar as entranhas. Onde pensam que é a paragem? Nem mais! Encostadinho à janela da minha cozinha, bem tapadinho por uma ou outra viatura estacionada. 
Demorei algum tempo a arranjar coragem para disparar algumas frases menos próprias mas, finalmente, tive a inspiração necessária para afrontar a "madame". Sábado passado, estávamos a almoçar e reparei na  aproximação da "visita" há algum tempo esperada. Pus-me "à coca" e quando o animalzinho foi solto da trela, abri a janela e fiquei, descaradamente, a observar o desenrolar dos acontecimentos. Como hábito lá veio o "lulu" desenfreado para debaixo da janela. Nessa altura não me contive e no meu mais sibilante "pssssst" chamei a atenção da criatura que acompanhava o cão.
- "Olhe, a senhora não se importa de chegar aqui?"
Já em frente a mim, estiquei o braço e apresentei-lhe um saco de plástico. A criatura ficou a olhar para mim com um ar de interrogação. Arranjei o meu melhor sorriso, inspirei profundamente e disparei:
- "O saco é para a senhora levar para a sua porta de entrada, o que eu não quero por baixo da minha janela, ou então... ensinar o "bichinho" a limpar o cocozito."

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pequeno, grande prazer

Embirro solenemente com o Inverno. Nada há que me incomode mais do que a chuva acompanhada de vento num dia tipicamente invernio. Daí que, nestes últimos dias, o meu sorriso se tivesse alargado de orelha a orelha a partir das 10 horas da manhã. 
Saio de casa, nem sempre pontualmente, devo confessar, e faço o percurso rotineiro até ao trabalho. Tiro um café daquelas máquinas sorvedouras de moedas. Por vezes, fico com a sensação que esteve conservado desde a época das descobertas, senão de épocas mais recuadas, tal o sabor. Sento-me à secretária, de costas para uma janela envidraçada e começo o meu dia de trabalho com um vício de, aproximadamente, 40 anos. É o lenitivo para o dia longo de papelada que começa.
Ultimamente, mais do que uma necessidade, o meu trabalho tornou-se um imenso prazer. A razão é simples. Às 10 horas inicio um namoro silencioso com o sol. Abro os estores e deixo entrar aquela luz calorosa que me afaga, sem pudor, durante 3 maravilhosas horas.
Esqueço que é Inverno; Esqueço o facto de ter, forçosamente, que lidar com quilos de papel; Esqueço o frio e deixo-me levar pelo prazer puro e simples de um dia ensolarado.