quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dinheiro, sexo e poder - as "mirleis deste mundo

A propósito de um artigo publicado na Revista Ideias com o sugestivo título "Eu vendo orgasmos" não pude deixar de pensar na ironia que é viver nos dias de hoje. Ainda há uns anitos atrás, andávamos a mendigar informação e eis-nos que, num passe de mágica, passamos a estar soterrados numa parafernália de artigos que nos deixam os olhos esbugalhados de curiosidade. Confesso que foi o que me aconteceu com o artigo em questão. Caramba! Nem o mais empedernido dos beatos abstinentes conseguiria passar ao largo de um  tão apelativo título!
Nunca na minha vida ouvi falar e escrever tanto sobre orgasmos como agora. Na verdade, quase que me arrisco a afirmar (sem qualquer rigor científico, devo deixar claro) que um pouco menos do que a maioria dos infelizes mortais que dele fala ou escreve, se arrisca a cair num poço sem fundo.
A história de Mirlei de Oliveira não é única. Convenhamos que o mundo está pejado de "mirleis" que a troco de qualquer vantagenzita vendem "orgasmos" fingidos. Nem sequer me refiro às "acompanhantes de ilusões" porque, a essas, lhes assiste o direito de governar a vida. Refiro-me aos outros... aos que, despudoramente, "pregam a moralidade durante o dia e chafurdam na lama à noite".


terça-feira, 30 de novembro de 2010

O que procuramos?

Sabemos que os tempos são outros e que as mudanças são drásticas. Estas não se ficam pelas óbvias mudanças ao nível social e económico.
Alterámos os nossos comportamentos e subvertemos valores que defendíamos com unhas e dentes, até há pouco tempo.
Procuramos protagonismo onde, normalmente, não esperaríamos encontrar. Esquecemos a amizade verdadeira em prol de interesses mais ou menos escusos e espezinhamos com ironia, valores básicos de convivência que nos ensinaram os nossos pais.
Apontamos, magistralmente, o dedo acusador a quem quer que nos rodeie e esquecemos, fatalmente, que também somos parte integrante de um todo social.
Não raras vezes utilizamos as novas tecnologias de informação e comunicação para sermos juízes em causa própria. Falamos de comunhão, divisão, bem-estar, amizade, política, direito e mais uma centena de temas como se fossemos conhecedores e detentores do mais sábio conhecimento.
Aflige-me esta maneira de estarmos. Entristece-me quem somos e mais ainda porque o somos.
Que procuramos, afinal?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Angola: Nos trilhos da Independência

"Angola segue, independente, a caminho dos 40 anos e esse facto torna urgente a necessidade de preservar os testemunhos dos que contribuíram para que aqui chegássemos."


Modernices

A propósito da notícia colocada AQUI não pude deixar de sorrir. Como o mundo dá voltas e mais voltas... Até há umas boas dezenas de anos, tinhamos homens muito machos e mulheres submissas. Hoje somos bombardeados com notícias de uma, cada vez maior liberdade e (pseudo) igualdade feminina. Fazemos tudo o que os homens fazem e, não sou eu que o digo, muitas vezes, melhor. Deveríamos ser pagas como os homens mas não. Está provadíssimo, e mais uma vez não sou eu que o digo, que os salários femininos são menores em desempenhos absolutamente idênticos aos dos nossos eternos companheiros masculinos.
Relativamente à sexualidade, apesar de todo o alarido sobre as liberdades conquistadas, convenhamos que a mentalidade e os preconceitos acerca dos comportamentos femininos actuais, pouco ou nada mudou. Continuamos a constatar que os epítetos para quem "pula a cerca" diferem grandemente entre homens e mulheres. Disso, nem vale a pena escrever, é uma constatação a que todos nós não somos alheios, nas "cusquices" diárias.
O que me deixa boquiaberta não é tanto o facto de haver "mercado" para os "canalizadores, electricistas ou técnicos não especificados" deste mundo. 
A bem da verdade o que me fez sorrir foi imaginar a quantidade de workshops e formações intensivas (subsidiadas ou não) que, de agora em diante, passarão a haver. Sim... porque é cada vez mais raro os nossos homens saberem sequer montar um candeeiro, quanto mais tratar da canalização lá de casa! Trabalho extra, só mesmo com formação.

Poluição do ar pode levar Portugal ao Tribunal de Justiça Europeu

Não é novidade para ninguém que a legislação ambiental, em Portugal, apenas serve para gastar papel. Gastam-se rios de dinheiro a legislar e... fica-se por isso. Os atentados ambientais enchem páginas e páginas de jornais mas não passam daí. Os criminosos ficam impunes mas não é de estranhar, pois não?

http://ecosfera.publico.pt/noticia.aspx?id=1467931

sábado, 20 de novembro de 2010

Votar é uma prazer


Vídeo de apelo ao voto na campanha eleitoral para a eleição do Parlamento da Catalunha, que se realiza a 28 de Novembro.

Sábados meus

Hoje foi um daqueles dias de dolce fare niente
Acordar languidamente e saber que é sábado, tem um significado diferente. É a sensação plena de me pertencer e esquecer a azáfama do corre-corre da semana de trabalho.
Há uns tempos atrás, decidi que os meus sábados passariam a ser dias mágicos de sons, de letras, de cores, de aromas e sabores. Decretei a mim própria que seriam exclusiva e definitivamente utilizados como dias de prazer para os meus sentidos. 
Limpo o lixo que o meu cérebro absorve nos dias anteriores e mimo-o com preciosidades simples e banais. É aos sábados que olho com mais atenção para o espelho e me permito sorrir a mim mesma e, nesse sorriso, perdoar-me pelas minhas falhas e fraquezas.
Esqueço o espaço e o tempo e deixo-me ir ao encontro de mim.

domingo, 14 de novembro de 2010

Chineses fazem renascer o sonho de Sines - Economia - PUBLICO.PT

Chineses fazem renascer o sonho de Sines - Economia - PUBLICO.PT

Sonambulismo crónico ou informação controlada?

Admito, mea culpa, que não sou uma cidadã super informada. Há coisas na comunicação social que não me interessam de todo e outras há que me despertam uma curiosidade, por vezes, despropositada.
Vem isto a propósito de um email recebido (daqueles que, supostamente, já teriam dado a volta ao mundo para aí umas boas milhentas vezes). Algo no meu cérebro, nem sempre funcional a cem por cento, deu um estalido e senti aquele ímpeto inusitado de pesquisar sobre o assunto e eis que me surge, sem mais nem menos, à distância de um simples clique, a confirmação. Não uma qualquer confirmaçãozita "chumbrega", sem credibilidade, mas a verdadeira, a autêntica, a inquestionável - o sítio oficial.
Agora pergunto: como foi possível uma cidadã mais ou menos informada, que lê jornais e revistas, que vê e ouve as notícias e debates na televisão e rádio, não saber que temos (quando digo temos, falo da Europa) uma "European Gendarmerie Force"? Mais, não saber que Portugal foi um dos cinco fundadores? Ok, podem dizer que não posso estar em todos os meios de comunicação mas eu tenho resposta; Segundo o site oficial da "eurogendfor", a revista da imprensa refere, APENAS, quatro fontes, sendo uma delas a AngolaPress e outra a revista da GNR. As outras duas ficam-se pela Rádio Renascença e o portugaldiario.
Não sou daqueles cidadãos que veêm em qualquer situaçãozinha uma teoria de conspiração mas... convenhamos que é muito estranho o facto da comunicação social se ter fechado em copas sobre o assunto.
A resposta pode estar na(s) competência(s) da eurogendfor em que, entre outras, passo a citar: "aimed at improving the crisis management capability in sensitive areas", ou seja, "destinadas a melhorar a capacidade de gestão de crises em áreas sensíveis". Áreas sensíveis? Gestão de crises? Com base em Vicenza na Itália? 
Poupem-me da história da carochinha. 
Das duas uma: ou estamos todos (portugueses, entenda-se) a sofrer de sonambulismo crónico ou estamos perante um caso de informação controlada.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Prendas e subornos

Sei que todos os amigos, provavelmente, já receberam esta notícia, reencaminhada para o vosso correio electrónico, por amigos, conhecidos ou desconhecidos. O artigo é do próprio professor Moita Flores que, sem ser por acaso, também é o Presidente da Câmara de Santarém. Vou explicar o "sem ser por acaso". Não é novidade para ninguém e, com toda a certeza e mais ainda, para os políticos, que nos estamos a "marimbar" para o blá blá blá (gastíssimo, digo eu) da maioria quase absoluta de energúmenos que nos governa, ou seja, que se governam. De tanto sermos massacrados com joguinhos de poder para tentar (e normalmente conseguir) enganar "as massas", fartámo-nos e... já não há lugar a segundas hipóteses. Vociferamos, bramimos, chiamos, batemos o punho, viramos a mesa e juramos que não, desta vez é a sério e já não acreditamos em políticos, venham eles de onde vierem. Depois...
Depois, surge-nos um Moita Flores, que nos vai surpreendendo uma e outra vez. Do professor Moita Flores tenho na lembrança a sua integridade aquando do levantamento do cemitério da Aldeia da Luz. Ainda retenho na memória a sensibilidade, profissionalismo e a ética demonstrados.
O artigo publicado pelo CM faz-nos morder o punho e acreditar. Acreditar que ainda há Homens, Políticos, que nos fazem ter vontade de cumprir o nosso dever de participação cívica e tentar outra vez acreditar que afinal, nem tudo pode e deve ser medido pela mesma bitola.
Se aqui coloco o artigo em questão é, simplesmente, porque gostaria que neste Natal, houvesse um sem fim de "Moitas Flores".

Prendas e subornos

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Países Próximos - Portugal na TV Espanhola


Ahh! Quem foi que inventou (invejosamente, diga-se de passagem) aquele horrível ditado: "De Espanha, nem bons ventos..." e coisa e tal? Hã?
Pois bem, para os que ainda olham para nuestros hermanos de soslaio e com uma pontinha de preconceito (nunca lhes perdoaram aquela cena dos Filipes tentarem afiambrar-se aqui do pedaço), vou deixar o link de uma fabulosa reportagem sobre Portugal, nem mais, nem menos do que da TV Espanhola.
Ora vejam lá se a nossa TV se dedicasse menos a reality shows o que aconteceria!
Resta-me dizer que nada tenho contra quem gosta dos ditos... isso! Eu reservo-me o direito de optar por outas realidades.
http://www.rtve.es/alacarta/la2/ultimos/index.html#659940

A banda passou para Chico Buarque

"Chico Buarque é o vencedor do Prémio Portugal Telecom de Literatura 2010, com o romance Leite Derramado. O escritor esteve na cerimónia conduzida por Jô Soares e onde se homenageou José Saramago e se ouviram os acordes da banda a passar."

Petição Desperdício Alimentar

Petição Desperdício Alimentar

Normalmente sou céptica no que respeita a petições. Não é que não seja sensível a muitos dos assuntos que os seus subscritores colocam mas, apenas, porque não acredito, de todo, que as mesmas cheguem a quem de direito e com "divisas" suficientes para dar seguimento às preocupações do mais simples mortal.
No entanto, esta é uma preocupação ao qual sou, definitivamente, sensível. Preocupa-me, não só o desperdício alimentar das cantinas e restaurantes mas, mais do que isso, o desperdício alimentar nas nossas casas.
Não conhecemos fronteiras em matéria de desperdícios. Nem mesmo os tempos difíceis, as crises económicas e outras que tais, nos fazem acordar para esta verdadeira calamidade e falta de civismo.
Desperdiçamos e fazêmo-lo com nota máxima.
Não me vou arvorar em "salvadora da pátria" até porque acredito piamente que a salvação só depende de nós, do nosso empenho, da nossa corgaem e determinação em mudarmos. Não falo em mudar os outros mas mudarmo-nos; sair da nossa zona de conforto e confrontarmo-nos com os nossos hábitos de exagero e desperdício.
Atravessamos uma época de decisões, que são decisões drásticas. Porque não começamos por tentar eliminar o desperdício em nossas casas? Não apenas o desperdício alimentar mas todo o desperdício que nos vai consumindo, desgastando e que nem sequer nos deixa felizes.

domingo, 7 de novembro de 2010

Encontro da AAUAb - Lousal

Ontem, foi dia do Encontro Anual de Alunos da Universidade Aberta, instituição que muito me orgulho de frequentar. O Encontro teve lugar na maravilhosa aldeia do Lousal, mais especificamente nas instalações do Centro de Ciência Viva. Houve debate, houve convívio e como já é da praxe nestas coisas, houve almoço.Das iguarias, tipicamente alentejanas, não vou falar. Trarei ao de cima o malfadado complexo de culpa por mais uma dose maciça de calorias alojadas onde não desejo. Valha-me o ditado: "Perdoo o mal que faz..."
Do excelente dia passado entre amigos, colegas e digníssimos professores, deixo um testemunho para a posteridade. Espero que me perdoem a falta de técnica e qualidade. Faz-se o que se pode e o coração anseia.


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Geracao Y

Todos os dias aprendemos.

sábado, 6 de novembro de 2010

Passos Coelho: PSD não atirará pedras a quem protesta com "razão" - JN

Quem não se lembra de um ou outro namoro mais ou menos escondido? As razões, para este comportamento perverso, são variadíssimas e todas elas, absolutamente, ridículas. Inconscientemente, arranjamos as desculpas mais absurdas para o esconde-esconde e, convenhamos, somos sempre descobertos, tal a evidência de provas do "estado de passarinho verde". E nada como as palavras para nos traírem, olala!
O "namoro" político, então...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FMI diz que mercados estão a sobrestimar hipótese de falência de Portugal - Economia - PUBLICO.PT

FMI diz que mercados estão a sobrestimar hipótese de falência de Portugal - Economia - PUBLICO.PT
Já aqui referi que não sou dada a pessimismos e optimismos exacerbados, o que não significa não estar atenta à realidade que nos envolve. Verdade, verdadinha, sou mais leitora de jornais e revistas do que espectadora de televisão. A televisão enerva-me, faz vir ao de cima o meu "lado lunar" o que, trocado em miúdos, significa que as minhas cores normalmente rosado-acastanhadas, vão-se transmutando até verdes e vermelhos intensos (mau sinal para mim e para o meu fígado).
Feito este aparte explicativo do meu périplo diário pelos jornais e revistas (nacionais e internacionais), não posso deixar de referir que o que mais me agrada ler são as "entrelinhas" das parangonas. Senão, vejamos o presente título do "Público" (do qual sou fiel leitora).
Conseguem descortinar o mesmo que eu?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A propósito do "Human Development Reports - United Nations"

A propósito do Relatório do Desenvolvimento Humano publicado pelas Nações Unidas, voltei atrás no tempo e não pude deixar de me recordar de um extraordinário colega que tive numa instituição de ensino superior. Era uma pessoa absolutamente surpreendente e conseguia deixar-nos "banzados" com os seus argumentos. Confesso que na altura, do alto de toda a sabedoria dos meus 19/20 anos, não o levava muito a sério mas, honra lhe seja feita, as suas histórias e "filosofias de trazer por casa" deixavam-me fascinada. Obviamente que desvalorizavamos o conteúdo de tanta tonteria, porém, o que lhe faltava em bom senso, sobejava-lhe em auto-estima. O... chamemos-lhe António, tinha um ego que dificilmente será superado nos próximos tempos (pensando bem... talvez haja concorrente). Opinava e argumentava sobre tudo o que conhecia e, não raras vezes, sobre o que não conhecia. Ouvi-lhe histórias fantásticas enquanto bebíamos café nos intervalos entre aulas. Contudo, os seus delírios egocentristas (que raio de palavra esta!) eram intercalados com observações mais ou menos básicas e que, frequentemente, nos deixavam a pensar, o que para mim acabava por ser um exercício de humildade, tal a convicção que punha nas suas palavras.
Perguntarão vocês: "Mas o que tem a haver o dito pseudo António com o Relatório do Desenvolvimento Humano das Nações Unidas"?
AHHHH! Meus caros amigos, só o entenderão se divagarem entre a listinha que nos é apresentada e forem prestando atenção a "quem está acima e abaixo de quem".
Sim, nesta coisa da Estatística os pormenores contam.
Tal como dizia o meu saudoso amigo de outras épocas: " Epá! A Estatística é uma coisa "simplérrima". Não há nada que enganar. Por "exemplos": Eu tenho duas casas e tu não tens nenhuma, logo, ambos temos uma casa". (0_0)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Crise de simplicidade

Quem me conhece sabe que, raramente, me deixo influenciar quer pelo negativismo ou pelo pessimismo exacerbados. É certo que a vida, a vida de todos nós, não é um mar de rosas mas, descermos a escala até ao zero ou, mesmo, mais ainda, é para mim algo incompreensível. Todos nos queixamos dos nossos "achaques", das nossas depressões e dos nossos maus humores. Cada um de nós terá as suas razões, contudo, agora a malfadada "crise" (seja lá qual for aquela a que nos referimos) veio torcer-nos os neurónios, toldar-nos as vontades e "desmilinguir-nos" a energia, numa sinfonia de dificuldades que, em épocas de "vacas gordas", nos fariam despencar numa gargalhada só.
O que é mediaticamente empolado é um "aperto de cinto" (e há-os com muitíssimos furos) generalizado e, estou certa, que todos sabemos que nem nos cintos há equidade. Mas... não é dessa questão que quero escrever, agora.
Quer queiramos, quer não, temos que dar a mão à palmatória: desabituámo-nos de ser gente normal. Gente que trabalha, que vai com prazer para o trabalho, gente de labuta, gente que "joga limpo" no dia-a-dia, gente que sofre, gente que tem de abdicar de certas coisas para poder usufruiu de outras, gente que tem que se governar com o seu salário, gente que sofre, que ri, que ama e que se apaixona de verdade.
Lamentavelmente, aquilo que nos poderia fazer felizes, faz-nos, profundamente infelizes.
O conforto deu lugar ao comodismo; O prazer de trabalhar deu lugar a uma rotina destruidora; A lealdade entre amigos, colegas, vizinhos, deu lugar a uma feira de vaidades, de "lambe-botismo" e de um universo de traições e intrigas numa filosofia do "vale tudo", para se atingirem objectivos um tudo-nada duvidosos. Parece incrível dizê-lo mas até uma boa gargalhada, saída da alma, (daquelas em que os olhos sorriem também), se tornou "politicamente incorrecta"! O amor tornou-se uma trivialidade daquelas "quem está com quem esta semana". Banalizou-se a paixão e as flores oferecidas, só mesmo no dia de finados.
Não gosto de reviver o passado e, muito menos, conjecturar sobre o futuro. Penso que o importante é o agora, porque agora podemos ser felizes e temos nas nossas mãos a receita básica para o ser - SIMPLICIDADE.
 

terça-feira, 2 de novembro de 2010

REN "dispensa" os três quadros acusados no "Face Oculta" - Sociedade - PUBLICO.PT

REN "dispensa" os três quadros acusados no "Face Oculta" - Sociedade - PUBLICO.PT

Ficamos sensibilizados, eu direi mesmo, muito sensibilizados. Uns quantos senhores foram "dispensados" da REN. Obviamente que esta a notícia, em si, nada tem de extraordinário, não fora o facto de (deixem-me pensar um bocadinho...) dentro de uma semanita, senão no dia seguinte, estes senhores já estarem devidamente empregados e "montados em cima da carne seca".
Na realidade, o que me chamou a atenção em toda a notícia foi uma única palavra: DISPENSADOS. Fiquei a "matutar" com os meus botões porque raio de pretexto haverão milhares de portugueses a ser DESPEDIDOS e estes senhores da REN são DISPENSADOS?
Por favor, alguém de bom senso me explica esta discriminação semântica?

Ella sings "Stormy Weather" with Joe Pass, Hannover 1975

O Outono veio para ficar

Hoje acordei com o som do vento nas janelas do quarto. Era um silvo persistente e algo no meu sono leve foi atingido, fazendo-me entreabrir os olhos. Olhei para as janelas, vi as cortinas a baloiçar e não pude deixar de sorrir.
Foi, quase, a mesma reacção que tive, num dia de Março, quando ouvi o trinar das andorinhas que chegavam.
Aspirei, profundamente, o ar que, descaradamente, entrava e senti aquele friozinho que me provocou um arrepio de prazer.
Mudei de posição, fechei os olhos e murmurei: o outono está, mesmo, para ficar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A minha desmotivação

Sei que ando cansada e, devo até confessar, algo confusa. Relevo, constantemente, pensamentos pessimistas e tento arranjar uma desculpa para o estado de desânimo em que me encontro, de há tempos a esta parte – o síndrome da pré-menopausa, penso.
A falta de motivação para trabalhar (coisa que nunca havia acontecido) dá comigo em doida. Dou voltas e voltas à cabeça, na tentativa de encontrar um motivo lógico para a desmotivação que, irremediavelmente, me prostra.
Na verdade, quando o relógio desperta para o início de mais um dia de rotina, apossa-se de mim um misto de consternação e raiva contra aquele objecto barulhento. Porque diabo tenho de acordar, agora? Porque é que tenho que me levantar? Porque é que a noite não é mais longa? Porque tem este relógio que tocar?
Porque… Porque… Porque.
Enquanto o duche me desperta percebo, de súbito, que aquela “coisa” que eu sinto todas as manhãs, nada tem a haver com a pré-menopausa, apesar dos suores quentes e frios, das irritações, das palpitações e tudo o resto.
Aquele desânimo matinal tem mesmo que ver com a desmotivação.
Sou humana, caramba!
Quero ir trabalhar, feliz e contente. Saber que vou dar um “duro” durante as 7 horas de trabalho em que, mais uma vez, vou dedicar-me e superar-me, mas que alguém vai reconhecer o meu esforço.;Que o salário mensal vai dar para as despesas e que vou poder, finalmente, comprar algum trapo que não seja de duas ou três estações atrás; Que vou poder ter umas merecidas férias num qualquer hotelzinho português; Que vou poder comprar os livros que quero ler, os filmes que quero ver, enfim, ter uma vida de cidadã de um país dito desenvolvido.
Bah! Isso nunca vai acontecer.
Fecho a água do chuveiro e dou por mim a desculpar-me pelos devaneios.
Penso nas fortunas que nascem como cogumelos e que, aparentemente, não se consegue explicar a proveniência; penso nos crimes de “colarinho-branco”, tráficos de influência e outros que tais; penso nas novas regulamentações, cada vez mais limitativas em termos de liberdade individual e laboral; penso na educação e na saúde, no emprego e protecção social; penso e repenso e deprimo-me.
Não, definitivamente, não é o síndrome da pré-menopausa.

Aos meus amigos

Lembro-me bem quando comecei a explorar, timidamente, este universo fantástico que é a internet. 
Quase a medo, aos pulinhos por aqui e ali (como se eu pudesse andar aos pulinhos!), fui-me embrenhando, cada vez mais, num autodidatismo de "geringonças" e de como "geringonçar" com as loucas maquinetas que, paradoxalmente, tanto nos aproximam como nos afastam.
Inicialmente (já lá vão umas generosas dezenas de anos) foi, mesmo, curiosidade. Na ocasião era professora. Com saudade recordo os meus maravilhosos alunos (a quem um dia, aqui, prestarei uma digna homenagem) que tiveram a infinita paciência de me levar por bons caminhos e me ensinaram o significado de palavras como: formatar, disquete, compactar, configurar, sistema operativo, célula e milhentas outras.
Graças a eles comecei a ter o "bichinho" pelas "geringonças" e pelo mundo desconhecido e oculto das maquinetas. Aprendi fazendo.
Surgiu a internet e tudo mudou. Explorei as redes sociais, os blogs, encontrei amigos perdidos há uma "eternidade" e com eles pude, enfim, tirar da minha "caixa de pandora" as memórias que, obstinamente, havia guardado.
Foi um percurso longo, marcado, suado, dorido, lutado e vencido. Sempre disse que pertenço a uma geração de "guerreiros sobreviventes". 
34 anos se passaram e eis que uma rede dá-me, de mão-beijada, o reencontro com os amigos de bairro (como disse um deles) que tantas vezes havia procurado.
Para eles a gratidão de não ter sido esquecida, como o não foram por mim.

Abro as minhas mãos
E solto ao vento
O meu papagaio de papel.
Eleva-se a minha alma,
Livre
Em volteios bruscos.
Quebra-se a amarra
E surge o infinito
Quando fecho os olhos,
Sorrindo.
Amanhã, vou trazer
Outro papagaio de papel.

O sonho americano

Milhares de professores podem retroceder na carreira e ter de restituir vencimentos - Sociedade - PUBLICO.PT

Milhares de professores podem retroceder na carreira e ter de restituir vencimentos - Sociedade - PUBLICO.PT

Mais um caso de absoluta incompetência, neste país que se vai tornando surreal. No universo de medidas, cada vez mais absurdas, entendo que esta é, definitamente, uma verdadeira aberração. Lesar direitos adquiridos porque não houve correcta interpretação da lei, por parte de quem o havia de fazer, é inconstitucional. Contudo, falamos de que constituição?